quarta-feira, 21 de agosto de 2013

REVOLUÇÃO ÁRABE PARTE II - PAZ PARA A SÍRIA


O REI ASSASSINO
Grupos de oposição ao governo Sírio afirmam que as forças do ditador Bashar Assad perpetraram nesta quarta-feira ataques com armas químicas em regiões da periferia de Damasco. Segundo o grupo opositor Coalizão Nacional Síria, citado pela rede britânica BBC, mais de 1 000 pessoas morreram. Por causa das restrições impostas pelo governo ao trabalho de jornalistas na guerra civil no país, a informação não pôde ser confirmada por fontes independentes. Outros grupos opositores, como o Observatório Sírio de Direitos Humanos, os Comitês de Coordenação Local e a Comissão Geral da Revolução Síria afirmam que há centenas de mortos, incluindo mulheres e crianças. Os governos da França e da Grã-Bretanha exigiram que Assad libere aos inspetores da ONU que estão na Síria acesso aos locais que foram alvo dos ataques. O ditador nega as acusações.O número exato de mortos segue incerto: George Sabra, líder interino da Coalizão Nacional Síria, afirma que 1 300 pessoas morreram em um bombardeio com gás venenoso nos subúrbios da capital. Já o Escritório dos Média de Damasco contabiliza 494 corpos. Mais cedo, a Comissão Geral da Revolução Síria relatou à rede Al Arabiya que a operação, realizada nas regiões de Al Guta e Muadamiya al Sham, havia deixado ao menos 650 mortos.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

REVOLUÇÃO ÁRABE PARTE I - PAZ PARA O EGIPTO



Com centenas de mortos da Quarta-feira Negra ainda por sepultar, o Egipto prepara-se para um novo dia de protestos depois de a Irmandade Muçulmana ter apelado aos seus manifestantes que saiam à rua para uma “Sexta-feira de Raiva”. Desafiando as críticas internacionais ao massacre desencadeado pela operação policial contra os acampamentos islamitas, o Governo interino avisou que a polícia tem autorização para usar balas reais.
O último balanço oficial confirma que mais de 800 pessoas morreram desde quarta-feira no Egipto, na esmagadora maioria no Cairo, onde a polícia usou balas reais para dispersar os apoiantes do Presidente deposto Mohamed Morsi que desde o início de Julho ocupavam duas praças no Leste do Cairo. Depois disso, a violência espalhou-se a várias partes da capital e também a diferentes cidades, com confrontos que opuseram os islamitas às forças de segurança e aos apoiantes do Governo interino (tutelado pelo Exército)
O estado de emergência e o recolher obrigatório – imposto entre as 19h e as 6h do dia seguinte – asseguraram uma acalmia da situação nas últimas 24 horas, apesar de manifestações em Alexandria e no Cairo terem terminado com o incêndio de edifícios governamentais.
Mas a violência pode regressar após as orações semanais de sexta-feira, depois de a Irmandade ter chamado os seus milhões de apoiantes às ruas para uma nova “Sexta-feira de Raiva” – nome porque ficou conhecido o mais sangrento dos dias de protesto que antecederam a queda de Hosni Mubarak, em 2011. “Apesar da dor e lamento pela morte dos nossos mártires, os últimos golpes criminosos aumentaram a nossa determinação para acabar com eles”, lê-se num comunicado do movimento islamita que, depois de ter vencido todos os escrutínios realizados desde 2011, luta agora pela sua sobrevivência.
Gehad El-Haddad, porta-voz da Irmandade e um dos poucos dirigentes que não foi ainda detido, admite que os protestos poderão fazer regressar a violência, mas afirma que “depois das detenções e mortes, as emoções estão demasiado elevadas para serem comandadas por alguém”.  
Um risco que é maior face ao apelo lançado pela Frente de Salvação Nacional, coligação de partidos liberais que apoiou o golpe de 3 de Julho, ter pedido aos seus manifestantes para saírem também à rua, noticiou a BBC. Alguns bairros organizam-se também para impedir a passagem dos manifestantes pelas suas zonas e os cristãos coptas, a principal minoria do Egipto, organizam-se para impedir que mais igrejas sejam atacadas.

Fonte: Público