Manter o parceiro bem próximo, ou melhor... permanentemente ligado ao próprio corpo, tem as suas vantagens.
A um quilómetro ou mais de profundidade, os tamboris procuram parceiros. As 162 espécies desta subordem de ceratioídeos formam estranhos casais: os machos são mais pequenos do que as fêmeas (algumas chegam a atingir um metro de comprimento), mas o macho e a fêmea estão excepcionalmente equipados para se encontrarem um ao outro.
As narinas sob-redimensionadas do macho detectam as feromonas femininas transportadas pela água. Os olhos bem desenvolvidos procuram um ponto de luz: o isco bioluminescente que pende do filamento que adorna a cabeça da fêmea. O biólogo Ted Pietsch defende que os padrões de pigmento e luz indicam ao macho a presença de uma fêmea à qual se pode “ligar”. “Ligar” é uma forma suave de descrever a situação.
Os machos ferram os dentes no corpo da parceira e permanecem presos.
Para não se arriscar a perder a parceira na imensidão escura, os machos ferram os dentes no corpo da parceira e permanecem presos. “Por fim, a pele do macho e da fêmea cresce em conjunto”, explica o biólogo. Os vasos sanguíneos ligam-se “de modo a que o sangue da fêmea flua para o corpo do macho”. As barbatanas e outras partes do corpo agora inúteis encolhem até o macho se tornar naquilo que a fêmea precisa que ele seja: uma fábrica de esperma.
O parasitismo sexual dá frutos. Quando os ovos da fêmea estão prontos, ela dá um sinal ao macho. À libertação de esperma, segue-se a ejecção na água de uma massa gelatinosa de ovos que o absorve. A massa sobe até às camadas superiores do oceano. Aí as larvas eclodem e engordam, alimentando-se de plâncton.
Na maturidade, os tamboris fazem “a grande migração vertical” de regresso ao fundo em busca de novos parceiros.
Na maturidade, os tamboris fazem “a grande migração vertical” de regresso ao fundo em busca de novos parceiros.
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