terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A ESTRANHA VIDA SEXUAL DOS TAMBORIS

Manter o parceiro bem próximo, ou melhor... permanentemente ligado ao próprio corpo, tem as suas vantagens. 

A um quilómetro ou mais de profundidade, os tamboris procuram parceiros. As 162 espécies desta subordem de ceratioídeos formam estranhos casais: os machos são mais pequenos do que as fêmeas (algumas chegam a atingir um metro de comprimento), mas o macho e a fêmea estão excepcionalmente equipados para se encontrarem um ao outro.
As narinas sob-redimensionadas do macho detectam  as feromonas femininas transportadas pela água. Os olhos bem desenvolvidos procuram um ponto de luz: o isco bioluminescente que pende do filamento que adorna a cabeça da fêmea. O biólogo Ted Pietsch  defende que os padrões de pigmento e luz indicam ao macho a presença de uma fêmea à qual se pode “ligar”.  “Ligar” é uma forma suave de descrever a situação.
Os machos ferram os dentes no corpo da parceira e permanecem presos.
Para não se arriscar a perder a parceira na imensidão escura, os machos ferram os dentes no corpo da parceira e permanecem presos. “Por fim, a pele do macho e da fêmea cresce em conjunto”, explica o biólogo. Os vasos sanguíneos ligam-se “de modo a que o sangue da fêmea flua para o corpo do macho”. As barbatanas e outras partes do corpo agora inúteis encolhem até o macho se tornar naquilo que a fêmea precisa que ele seja: uma fábrica de esperma.
O parasitismo sexual dá frutos. Quando os ovos da fêmea estão prontos, ela dá um sinal ao macho. À libertação de esperma, segue-se a ejecção na água de uma massa gelatinosa de ovos que o absorve. A massa sobe até às camadas superiores do oceano. Aí as larvas eclodem e engordam, alimentando-se de plâncton.
Na maturidade, os tamboris fazem “a grande migração vertical” de regresso ao fundo em busca de novos parceiros.

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