Cristiano Ronaldo, o caçador de troféus
Contam-se pelas dezenas os prémios que o
português tem acumulado no futebol. Na segunda-feira, arrecadou mais um,
encarnando pela quarta vez a pele de melhor do mundo. A FIFA reconheceu-lhe,
através da entrega de um novo troféu, um ano de eleição. “Foi o melhor da minha
carreira”, admitiu.
Foi,
provavelmente, uma das galas da FIFA com menos suspense no que à distinção do
melhor jogador do mundo diz respeito. Foi uma gala em contagem decrescente para
confirmar a coroação de um futebolista que colecciona troféus com a mesma
voracidade com que vai alvejando as balizas. Foi uma gala que encerrou com um
discurso totalmente em português – e poderia ter havido mais um, sem sotaque
brasileiro, ao longo da cerimónia. “O ano de 2016 foi o melhor da minha
carreira”, desabafou Cristiano Ronaldo já em cima do palco, em Zurique. O mundo
do futebol assinou por baixo.
Era
a segunda vez que a estrela maior do Real Madrid e da selecção de Portugal era
chamada a depor. Antes, tinha alinhado ao lado de nomes como Manuel Neuer, Dani
Alves ou o colega Luka Modric (a comitiva do Barcelona fez-se notar apenas pela
ausência, ditada pela preparação para o encontro da Taça do Rei) à custa da
eleição para o “onze” do ano. Era uma espécie de aperitivo e, apesar de tudo,
uma referência menor num currículo que no ano passado forçou os limites.umen
Não
faltam números para atestar quão estratosférica tem sido a carreira de
Cristiano – e muitos deles estão espalhados pela infografia ao lado –, mas
também pode resumir-se 2016 de outra forma: título europeu de selecções, Liga
dos Campeões, Mundial de clubes, eleição para a equipa do ano da UEFA e para a
equipa ideal do Campeonato da Europa, a supracitada entrada no “onze” da FIFA,
melhor marcador da Champions, Bola de Ouro da France Football e
a vénia das vénias da FIFA. Isto para citar apenas os troféus, colectivos e
individuais, mais relevantes.
“Este
prémio ainda não tinha”, assinalou Ronaldo quando se aproximou do microfone dos
TPC Studios, em Zurique, que durante um par de horas acolheram alguns dos
maiores talentos do planeta futebol (lendas como Diego Maradona e o brasileiro
Ronaldo incluídas). O madeirense referia-se a este troféu em concreto,
desenhado especificamente para o efeito e com um design mais arrojado, mas a
verdade é que já conta com outros três do mesmo calibre (2008, 2013 e 2014) no
museu.
A
votação, de resto, foi expressiva, com Antoine Griezmann (que surpreendentemente
ficou de fora do “onze” ideal) a ver de longe o duelo da praxe entre Ronaldo e
Lionel Messi: 34,54% para o português, 26,42% para o argentino, 7,53% para o
francês. Foi este o balanço das escolhas feitas pelos capitães e
seleccionadores nacionais, por alguns representantes seleccionados da imprensa
mundial e ainda pelos adeptos através do site da FIFA. Tudo
combinado, o resultado foi Cristiano.
Ao
final do dia, choveriam os elogios de circunstância, dos mais diversos
quadrantes, mas as palavras que ficam para a posteridade são as de Cristiano:
“Havia muitas dúvidas, mas o troféu mostrou que as pessoas não são cegas, dão
os votos e vêem os jogos. Depois daquilo que ganhei, pela selecção e pelo
clube, não tinha dúvidas.”
Aumentar
A
generalidade dos protagonistas e dos seguidores do futebol também não teve e,
aos 31 anos, Ronaldo inaugurou o formato The Best dos prémios
da FIFA, depois de nova separação de águas face à distinção atribuída pela
revista France Football. Um dos muitos votos que recolheu teve a
assinatura, expectável, de Fernando Santos, seleccionador que também assistiu à
cerimónia na qualidade de nomeado e que viu ruir a possibilidade de ser eleito
como o melhor treinador do mundo.
Santos
concorria com Zinedine Zidane e com Claudio Ranieri por um estatuto que, em
Portugal, só José Mourinho alcançou, em 2010. Às costas carregava o improvável
triunfo no Euro 2016 e uma esperança que residia no facto de a voz dos demais
seleccionadores e capitães ter um peso significativo na decisão – e isso fez a
diferença em 2012, a favor de Vicente Del Bosque.
Desta
vez, porém, vingou o conto de fadas que foi a conquista pelo Leicester City da
Premier League, com Ranieri a recolher a preferência dos votantes. Nesta
hierarquia, o seleccionador português foi remetido para o lugar mais baixo do
pódio, com 16,24% dos votos (Carlos Queiroz, na qualidade de treinador do Irão,
não escolheu o compatriota em nenhuma das três opções possíveis no boletim),
enquanto Zidane recolheu 16,56% e o vencedor 22,06%.
“Para mim, o mais importante foi ter vencido o
Europeu, isso é que vai ficar marcado. Não foi surpresa não ganhar, porque
havia dois concorrentes muito fortes. Parabéns ao Ranieri, porque fez um
excelente trabalho no Leicester”, reagiu Fernando Santos, antes de sublinhar
que nunca duvidou do triunfo de Ronaldo. “Vamos procurar que haja uma próxima
oportunidade de estarmos aqui.”
Cristiano
já começou a fazer a parte que lhe toca, ao entrar no ano de 2017 com um golo
no triunfo folgado (sobre o Granada) de um Real Madrid que caminha a passos
largos para a conquista da Liga espanhola. Em 2014, chegou a projectar jogar ao
mais alto nível até aos 36 anos, mas em Novembro alargou o limite, entre
sorrisos, para os 41. Chegue até onde chegar, certo é que irá arrebatar mais
uns troféus pelo caminho.
Ronaldo también se destaca por su atletismo, ritmo y fuerza; es capaz de producir carreras poderosas y peligrosas en el campo en el contraataque y en defensa rara vez es dominado físicamente por un oponente.Creo que Ronaldo se merece el premio.
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