sexta-feira, 14 de outubro de 2016

FALEM-ME DE AMOR!


Quando falamos de traição, pensamos (todos) automaticamente em infidelidade, em relações extraconjugais. Mas no dia-a-dia de qualquer relação amorosa há acontecimentos que podem minar a felicidade do casal e cujo impacto pode ser tão destruidor como o de um affair. Enquanto terapeuta conjugal, lido todos os dias com estas formas de traição e posso afirmar que em alguns casos o sofrimento que elas provocam é tão avassalador que pode dar origem à rutura. Ao contrário do que se possa pensar, nem todos os casamentos terminam por causa de uma terceira pessoa.

Muitas vezes, a pessoa que está a trair a confiança do parceiro desvaloriza as queixas e faz comentários do tipo «Isto não é assim tão grave». Esta desvalorização é extremamente arriscada porque, como costumo dizer, por detrás de cada queixa há uma oportunidade de o casal se reaproximar. Quando um se queixa e vê o seu apelo ser ignorado, aquela oportunidade transforma-se num momento de desconexão e desamparo.

Eis três exemplos concretos do que pode ser sentido como uma traição ao compromisso a dois:

INFIDELIDADE EMOCIONAL

Sempre que um dos membros do casal dá mais importância a uma pessoa fora da relação, colocando os seus interesses sistematicamente à frente dos do companheiro, e/ou trata essa pessoa de forma mais especial, está a trair o seu compromisso.

Isso não significa que vivam exclusivamente para o relacionamento. Têm amigos, carreiras profissionais, hobbies e outras relações que acarinham. Mas o companheiro é tratado de forma especial – quer sob a forma de gestos e palavras de afeto, quer sob a forma da atenção que um presta ao outro.

Quando uma pessoa passa a tratar um colega ou amigo de forma mais especial, canalizando para essa relação a maior parte da sua atenção, do seu tempo e da sua disponibilidade, é possível que esteja a trair o companheiro. Se alguns destes comportamentos ocorrerem às escondidas do parceiro, estamos claramente perante uma situação de infidelidade emocional.

Alguns sinais de que você possa estar a ser emocionalmente infiel (mesmo que não se tenha dado conta disso):

·                  Oculta alguns acontecimentos ao seu cônjuge (conversas, mensagens via Facebook ou telemóvel).
·                  Responde às queixas do seu companheiro com comentários do tipo «Não tens nada a ver com isso» ou «Não tens nada com que te preocupar».
·                  O seu parceiro pediu-lhe para terminar essa relação e você disse que não o faria.
·                  Há muitas discussões (de casal) sobre essa pessoa.


MEIO COMPROMISSO

Nestes casos é usual que a pessoa que se sente traída evite abordar assuntos sensíveis com medo de perder o companheiro. Por exemplo, quando há um que quer ter filhos e o outro não assume claramente a sua posição, isso pode indiciar que haja um que está mais comprometido do que o outro. Não estou a referir-me àquelas pessoas que assumem que não gostariam de ter filhos. Estou, isso sim, a referir-me a todas as que não são capazes de assumir uma posição. A mensagem que conseguem transmitir é «Eu não sei se quero ter filhos NESTA relação».

Na prática, quando falamos de pessoas que não estão tão comprometidas quanto seria saudável, falamos de companheiros que se sentem constantemente desamparados. Muitas vezes isto acontece em relações em que teoricamente as pessoas já atingiram um nível de compromisso considerável (por exemplo, vivem juntas). No entanto, na prática, não há a sensação de que um está verdadeiramente lá para o outro e de que há um projeto a dois.

DESLIGAÇÃO

Estar numa relação é, sobretudo, saber que há alguém que se preocupa connosco e cujo mundo para quando precisamos que venha em nosso auxílio. Quando as necessidades afetivas de um são ignoradas ou desprezadas pelo outro, também é da sensação de traição e desamparo que falamos. Isto pode acontecer quando um dos membros do casal se recusa a acompanhar o outro a um funeral porque tem um compromisso profissional ou em situações banais do dia-a-dia em que há sempre qualquer coisa mais importante para fazer do que prestar atenção ao companheiro.


Há muitos instantes em que um precisa do outro e esse apoio não surge imediatamente. Mas são exceções. Quando uma pessoa dá por si a fazer balanços e chega à conclusão de que na maior parte das vezes em que precisou do companheiro ele não esteve “lá”, a relação pode estar com um problema sério.

SOLUÇÕES

 Dar importância ao que a pessoa que está ao seu lado diz é sempre uma boa alternativa. Se o seu amor se queixa porque há demasiada intimidade na sua relação com aquele(a) colega, é porque provavelmente há mesmo. Se há assuntos sensíveis aos quais tem fugido para evitar problemas, o melhor é parar e enfrentar a realidade. Enganar-se a si mesmo e a pessoa que está ao seu lado não deveria ser opção. Se a pessoa com quem vive se queixa por não sentir o seu apoio, pare para prestar atenção. O assunto pode ser mais sério e mais profundo do que aparenta.
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E se eu lhe disser que há um “ingrediente” que é capaz de determinar o sucesso ou insucesso de uma relação? Uma escolha que está ao alcance de qualquer pessoa e que pode ser usada todos os dias? Esqueça tudo o que tem lido ou ouvido sobre relações amorosas. Ignore, pelo menos por instantes, as recomendações delicodoces de algumas revistas e as ideias mirabolantes que algumas publicações recomendam para "apimentar" as relações. Aquilo que proponho é que preste atenção ao que diz a ciência.

Uma das conclusões mais interessantes destas pesquisas diz respeito aos momentos decisivos que acontecem todos os dias em qualquer relação. Nem sempre nos damos conta de que eles existem e, por isso, nem sempre fazemos a escolha certa. Mas as investigações mostram que estes instantes são verdadeiros testes à resistência de qualquer relação e a nossa capacidade de resposta pode determinar o sucesso ou o insucesso da relação.

Se prestar atenção, vai dar-se conta de que todos os dias se dirige à pessoa que ama na expetativa de que ela responda com afeto ao seu apelo. É isso que acontece quando diz que a ama. E também é isso que acontece quando, no meio do trânsito, lhe pergunta «Já viste o que é que este maluco fez?». Em qualquer das situações, você espera que o seu amor esteja "lá", preste atenção ao que você diz e responda em conformidade. Na primeira situação talvez espere que ele lhe retribua a declaração de amor ou que o abrace simplesmente. Na segunda talvez espere solidariedade sob a forma de um comentário do género «Tens razão. Atravessou à tua frente de rompante».

Todos os dias partilhamos alegrias, frustrações, dúvidas e factos que nos entusiasmam. Muitas vezes são coisas minúsculas que nos acontecem e a que só alguém que goste mesmo de nós pode dar importância.

 Agora que falo nisso, é provável que você se lembre de um ou outro instante em que isso aconteceu. Voltou para casa desejoso de contar todos os detalhes da sua promoção e a pessoa com quem vive não foi capaz de tirar os olhos do telemóvel enquanto você falava. Ou então criticou-o quando lhe disse que gostava muito de ir ao concerto de um cantor "pimba". Estes são momentos de desconexão por que TODAS as relações passam. Porquê? Porque ninguém consegue estar SEMPRE "lá", porque ninguém é perfeito.

Então, se todas as relações têm instantes assim, em que um dos membros do casal falha na tarefa de responder com afeto às necessidades do outro, qual é o segredo para que uma relação possa dar certo? O segredo está em reconhecer a importância destes momentos e dar o nosso melhor para que consigamos estar à altura NA MAIOR PARTE DAS SITUAÇÕES. Lembre-se de que TODOS os dias há apelos. Todos os dias há episódios em que um solicita a atenção, a solidariedade, o apoio, o entusiasmo e/ou a ajuda do outro. Todos-os-dias! Isto significa que todas as relações são colocadas à prova diariamente. As pessoas que tiverem consciência disso e que derem o seu melhor para que a maior parte das suas respostas correspondam às necessidades do companheiro estarão muito bem posicionadas para garantir que a sua relação continue a dar certo.


A maior parte das pessoas tendem a pensar que aquelas alturas em que um dos membros do casal dá um murro na mesa ou bate com as portas são os momentos decisivos de uma relação. Não poderiam estar mais enganadas. Todos os dias há momentos cruciais, instantes em que a confiança de cada um podequebrar-se ou consolidar-se. Preste atenção e lembre-se de que há sempre 3 caminhos: estar "lá", ignorar ou criticar.
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Quando, depois de dizer ao meu filho para comer tudo o que estava no prato, o ouvi perguntar-me «Senão a mamã chora?», dei-me conta de que, mesmo de forma involuntária, tinha colocado o pé na poça. Tenho a certeza de que nunca lhe disse que, se ele não se comportasse de determinada maneira, eu choraria mas aquela pergunta não tinha surgido do nada. Quantas vezes não terei dito qualquer coisa como «Se comeres tudo, a mamã fica contente»? É natural que uma criança junte 2+2 e, calcule que, se não comer tudo, a mamã possa ficar triste. E, aos 3 anos, ficar triste é chorar. Sem querer, posso ter feito chantagem emocional com o meu filho.
Fazemos (quase todos) chantagem emocional mais vezes do que gostaríamos. E nem sempre paramos para pensar nos danos associados a esta forma de violência emocional. Sim, é de violência emocional que falamos, pelo menos nalguns casos.

De um modo geral, este tipo de manipulação apela ao medo, à obrigação e aos sentimentos de culpa da outra pessoa forçando-a a satisfazer aquilo que desejamos. Na medida em que nos habituemos a utilizar este tipo de estratégias para convencer as nossas crianças a assumir determinados comportamentos, estamos, lamentavelmente, a educa-las no sentido de tolerarem que outras pessoas as manipulem.

Quando um pai ou uma mãe diz «Se não comeres a sopa toda, eu já não gosto de ti», está, sem querer, a impedir que o filho reconheça este tipo de frases como chantagem emocional. Na idade adulta, se este ouvir qualquer coisa como «Se tu gostasses mesmo de mim, farias aquilo que eu estou a pedir», é mais provável que não se dê conta de que está a ser vítima de chantagem.

Se um homem disser à namorada «Se tu gostasses mesmo de mim, não usavas minissaia», está a exercer violência emocional. Porquê? Porque está a tentar IMPOR a sua vontade apelando aos sentimentos de culpa da namorada. Ele sabe que ela valoriza os seus sentimentos, sabe que ela o ama MAS joga com isso para a persuadir a fazer aquilo que ELE quer.

Estamos a fazer chantagem emocional sempre que fazemos comentários como:

«Se tu te preocupasses comigo…»

«Se tu quisesses saber de mim…»

Mas há mais. Quando alguém faz uma ameaça – explícita ou implícita – para garantir que a sua vontade seja satisfeita, também está a fazer chantagem emocional. São exemplos disso os seguintes comentários:

«Se não comeres a sopa toda, tiro-te os brinquedos.»

«Se me deixares, vais acabar sozinha.»

Nas relações afetivas não há arma mais poderosa e destrutiva do que a chantagem emocional que envolva o abandono ou o sofrimento. Algumas pessoas apercebem-se de que esta é uma forma de imporem a sua vontade e usam-na sempre que houver algo a “ganhar”. Eis dois exemplos:

«Eu não sei o que é que faria se tu me deixasses. Acho que era capaz de cometer uma loucura.»

«Estás sempre a trabalhar. Pode ser que um dia acordes sozinho.»

As pessoas que usam a chantagem emocional de forma recorrente e consciente são, de um modo geral, pessoas que detestam perder e com pouquíssima tolerância à frustração. Centram-se nas suas necessidades afetivas e, à medida que a relação evolui, vão mostrando cada vez menos interesse pelas necessidades e sentimentos da vítima. As pessoas que cedem à chantagem podem, na medida em que se deem conta disso, travar o processo. Mas se se tratar de situações pouco claras que envolvam o cônjuge ou outro familiar próximo, pode ser difícil identificar o fenómeno. A pessoa percebe que há qualquer coisa de errado, sente-se sistematicamente em baixo mas pode não ser capaz de interromper o círculo vicioso.


Aprender a reconhecer a chantagem emocional, identificar os próprios sentimentos e necessidades afetivas e ser capaz de dizer NÃO pode não ser fácil nem instantâneo. Mas é um caminho imprescindível para que nos sintamos em paz e construamos relações felizes.
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Sex shops. Brinquedos sexuais. Pornografia. Captei a sua atenção? Ótimo! Afinal, o sexo é uma componente importante na vida de um casal e, mesmo que não tenha razões de queixa a esse respeito, vale a pena parar para pensar se está a fazer o que pode para que quer você quer o seu companheiro se sintam genuinamente felizes e satisfeitos (também) deste ponto de vista. Ao contrário do que possa parecer, este post não é tanto sobre a importância da introdução de novidades que possam apimentar a sua vida sexual. Esse é o tipo de artigos que encontramos quase todas as semanas em revistas de capas brilhantes que nos anunciam com letras garrafais que encontraram “O” segredo para reavivar a paixão até das relações mais moribundas. Enquanto psicóloga e terapeuta conjugal o meu foco é – tem de ser – outro.


Então, o que é que a ciência diz? O que é que mostram as investigações nesta área da Psicologia?

A paixão envolve acima de tudo envolvimento emocional intenso. Sabe o que é que isto significa? Significa que tem sido possível verificar que os casais mais felizes e apaixonados, aqueles que apresentam sinais claros de satisfação conjugal E SEXUAL são aqueles que mais se entregam do ponto de vista emocional. As pessoas que sabem como lidar com as suas emoções e com as emoções do companheiro e que o fazem com regularidade são também aquelas que fazem MAIS E MELHOR SEXO. Têm mais orgasmos, mais prazer em geral e menos queixas.

Importa, por isso, perceber o que é isso de ter ENVOLVIMENTO EMOCIONAL INTENSO.

Como é que isso se desenvolve? O que é que cada um de nós pode fazer para promover a intimidade emocional de maneira a que o sexo seja mais do que um conjunto de movimentos que conduzam ao orgasmo?

Siga estas 3 dicas:

1. PRESTE ATENÇÃO AOS SINAIS QUE O SEU COMPANHEIRO TRANSMITE.

Quantas vezes deu por si a pensar que, apesar de estar nu à frente da pessoa que ama, ela não está verdadeiramente lá? Entregarmo-nos do ponto de vista sexual também é entregarmo-nos do ponto de vista emocional e ninguém consegue estar genuinamente “lá” se, por algum motivo, estiver a retrair-se emocionalmente. Assim, da próxima vez que olhar para a pessoa de quem gosta, quer esteja na cama ou à mesa de jantar, preste atenção aos sinais que ela lhe transmite e pergunte “Onde estás?”. Procure interessar-se GENUINAMENTE pelos seus sentimentos, dúvidas ou preocupações.

2. PARTILHE. MUITO.

Recorde-se da definição de paixão segundo a ciência: envolvimento emocional intenso. Isso significa que deve ser capaz de contar com a pessoa de quem gosta partilhando todos os dias aquilo que acontece no “seu mundo”.


Essa partilha deve envolver entrega e acolhimento. Se cada um assumir uma postura de investimento mas também de disponibilidade para ouvir e amparar, é muito mais provável que, na hora da intimidade sexual, haja sintonia.

3. PRESTE MUITA ATENÇÃO.

OK, você pode escolher partilhar o seu mundo e mostrar interesse pelo mundo da pessoa de quem gosta. Pode fazer perguntas do género “Como foi o teu dia, querida?” e fazer um esforço para se lembrar dos episódios mais importantes do seu dia de trabalho. De nada lhe valerão esses esforços se, à medida que o seu amor começar a relatar um acontecimento importante (para ele), o seu olhar estiver vidrado no telemóvel. Pode não dar conta mas o mais provável é que a pessoa que ama se sinta desamparada e até certo ponto rejeitada. Prestar MESMO atenção é perceber que há alturas em que a pessoa de quem gostamos precisa da nossa atenção TOTAL. Precisa de sentir que é a nossa prioridade e que quando está em sofrimento tudo o resto passa para segundo plano. Incluindo o telemóvel.


Há uma diferença considerável entre ouvir uma música e senti-la, certo? Também é assim com as emoções e com o sexo. Experimente sentir.

A divisão das tarefas domésticas é um dos primeiros testes à solidez de uma relação amorosa. Tanto que, se não existir verdadeiro entendimento, este é um assunto que pode gerar muitos conflitos aquando do nascimento do primeiro filho. Afinal, é nessa altura que os afazeres se multiplicam, o sono escasseia e é relativamente fácil perder a paciência com braços-de-ferro à volta de quem-fez-o-quê.

No fim de contas, o que é que funciona?

Esqueçamo-nos das regras bonitinhas das teorias sobre o trabalho de equipa.

Como é que os casais reais (e felizes) dividem as tarefas domésticas?

1 DIGA NÃO AO 50/50

Para começo de conversa, é preciso reconhecer que nem todos os casais felizes dividem as tarefas domésticas. É verdade! Há cada vez menos famílias em que um dos membros do casal fique em casa, abdicando de uma carreira profissional mas este modelo familiar continua a subsistir. O importante a destacar é que não há realmente uma fórmula que sirva para todos. Aquilo que faz a família “Silva” feliz não é necessariamente o que contribui para a felicidade da família “Xavier”.

Claro que quando ambos trabalham fora de casa é muito menos provável que as tarefas domésticas possam recair totalmente sobre um dos membros do casal. Na maioria dos casos é preciso que haja uma divisão harmoniosa para que ambos se sintam felizes. E o que é isso de “divisão harmoniosa”? Para uns é qualquer coisa como “Ela limpa a cozinha e as casas de banho; ele limpa a sala e os quartos”. Para outros é “Ela cozinha e ele lava a loiça”. Mas para alguns casais aquilo que funciona é uma divisão aparentemente mais desequilibrada, em que as tarefas domésticas recaem maioritariamente sobre um. Porquê? Porque o outro trabalha muito mais horas fora ou porque trabalha por turnos… ou por outro motivo qualquer.



2 DOSEIE AS EXPECTATIVAS

Precisamente porque há cada vez mais casais de dupla carreira (o que implica que também haja mais homens a participar nas tarefas domésticas), algumas mulheres partem para o casamento com a expectativa de que o companheiro saiba/ queira fazer tudo em casa. Mais: algumas têm mesmo a ambição de que o marido faça as tarefas de forma perfeita (leia-se: à maneira da mulher).

Esperar que o seu companheiro faça as tarefas domésticas à sua maneira é injusto e desajustado.

Para algumas mulheres aquilo que “funciona” é um trabalho de equipa em que um coordena e o outro ajuda. Ou seja, a mulher decide como é que as tarefas devem ser executadas, quando é que devem ser executadas e por quem devem ser executadas. Ao marido competirá receber ordens e, na maior parte das vezes, repreensões.

Dosear as expectativas é aceitar que nem tudo seja feito da forma como gostaríamos. É reconhecer que, como em tudo na vida a dois, para quem ambos ganhem é preciso que ambos cedam.

3 SEJA CRIATIVO

Quando foram viver juntos, o Fernando e a Luísa decidiram que ambos tratariam da roupa lá de casa, sobretudo porque se tratava de uma tarefa pela qual nenhum dos dois morria de amores. Mas alguns meses depois aperceberam-se de que era ela que o fazia na maior parte das vezes. Porquê? Porque a Luísa punha uma máquina a lavar sempre que se dava conta de que havia peças suficientes para uma carga e o Fernando acabava por fazê-lo quase sempre quando o cesto já estava quase a transbordar. Depois de algumas conversas, perceberam que nem a Luísa estava na disposição de estar sempre à espera que o cesto estivesse cheio, nem o Fernando gostaria de estar sempre a verificar se já haveria peças em quantidade suficiente para encher uma máquina. A solução pode não agradar a todos os casaismas funcionou para eles: passaram a ter dois cestos – um para a roupa branca e outro para a roupa de cor – e cada um ficou responsável por um cesto. 

4 NÃO SEJA PRECONCEITUOSO


“O que é que os vizinhos vão pensar se virem um homem a estender a roupa?” ou “Homem que é homem não anda de avental a limpar a casa” são desculpas perfeitas para que as tarefas domésticas recaiam maioritariamente sobre a mulher. E também são excelentes aceleradores para o divórcio. Os estereótipos de género só servem para atrapalhar a sua vida. Na prática, só se os membros do casal estiverem genuinamente felizes e unidos é que uma relação pode continuar a dar certo. Se houver um que insista em continuar na idade da pedra e esteja mais preocupado com o que as outras pessoas possam pensar, a probabilidade de existirem sarilhos (isto é, afastamento progressivo) é muito maior.

5 NÃO INVENTE DESCULPAS

“Tu cozinhas muito melhor do que eu” até pode ser um comentário honesto de quem esteja disposto a aplicar-se noutras tarefas domésticas – e há sempre tanto para fazer numa casa! O problema é quando esta regra se aplica a… tudo. É evidente que continuam a existir diferenças entre homens e mulheres, sobretudo em função da forma como foram educados. E é provável que quando duas pessoas se juntam a mulher esteja mais familiarizada com a maior parte das tarefas. Mas isso não deve ser desculpa para que o trabalho não seja dividido.


Querer que uma relação dê certo também é darmo-nos conta daquilo que podemos fazer para contribuir para o bem-estar da pessoa que está ao nosso lado. Esperar que alguém seja feliz quando se sente sobrecarregado é pouco inteligente e arriscado.



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