Foi
com o seu melhor salto do ano que Nélson Évora conquistou, neste domingo, a
medalha de ouro na prova do triplo salto dos Campeonatos Europeus de atletismo.
Foram 17,10m que levaram o atleta português, de 34 anos, a alcançar um título
que lhe faltava num currículo impressionante e onde, entre muitas outras
conquistas, sobressaem o ouro olímpico (2008) e mundial (2007).
Évora
tinha-se apurado para a final com a sexta marca entre os participantes, mas
tinha a seu favor a experiência e a tendência de se suplantar em grandes
competições internacionais. Já este ano o tinha feito, ao chegar ao bronze nos
Mundiais de pista coberta, disputados em Birmingham, em Março, apesar de não
estar na sua melhor condição física.
O
grande adversário do português na luta pelo ouro era o cubano Alexis Copello,
que compete há muito pelo Azerbaijão, e o único que tinha chegado a Berlim com
uma marca melhor do que a de Évora, na Europa, este ano.
E
Copello mostrou a sua qualidade, liderando o concurso durante boa parte do
mesmo, graças ao seu segundo salto (16,93m). Só que, a partir desse momento,
Copello desconcentrou-se um pouco. Fez dois saltos inválidos e um terceiro em
que não melhorou o seu registo.
Foi
nesse momento que Évora reagiu. Na sua quinta tentativa, ultrapassou Copello e
saltou para a frente com os tais 17,10m — o português foi mesmo o único a
atingir a marca dos 17m.
Copello
ainda teve uma derradeira hipótese de recuperar a liderança, mas o seu último
salto ficou-se nos 16,79m, terminando à frente do grego Dimitrios Tsiámis, que
alcançou o bronze com a sua melhor marca do ano (16,78m).
O ouro alcançado por Évora nos Europeus ao ar livre
vem reforçar o estatuto do saltador português na história da modalidade, ao
atingir as dez medalhas em grandes provas — em Mundiais, surpreendeu todos em
Osaca (2007), com o título, e seria depois prata (2009) e bronze (2015 e 2017);
em Jogos Olímpicos alcançou o ouro em Pequim (2008); em Europeus indoor foi
campeão duas vezes (2015 e 2017); em Mundiais de pista coberta ganhou duas
vezes o bronze (2008 e 2018).
Desde
2017 sob a orientação do treinador cubano Ivan Pedroso, após uma carreira
construída ao lado do técnico João Ganço, o saltador enfrenta a ponta final da
sua carreira com um novo fulgor, ultrapassando uma fase de maior apagamento
fruto de lesões graves entre 2010 e 2012.
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