Os
episódios trágicos à volta do fluxo de migrantes no Mediterrâneo
multiplicam-se. Lampedusa, Líbia, Rhodes – tudo pontos de uma teia que não pára
de crescer. Do Papa à União Europeia, as vozes levantam-se a pedir soluções
para um fenómeno que já provocou a morte de 40 mil pessoas nos últimos 15 anos.
Uma sucessão de naufrágios nos últimos
dias voltaram a pôr os olhos do mundo no mar Mediterrâneo. No domingo, entre 700 a mil migrantes foram dados
como desaparecidosao tentarem chegar às praias de Itália. Horas
depois, as notícias de mais dois naufrágios: um ao largo da ilha grega de Rhodes, com
dezenas de migrantes, e ainda um mais recente, também no
Mediterrâneo, com mais de 300 pessoas a bordo.
Em 2014, registaram-se 3.279 mortes no Mediterrâneo, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM). Foi o ano mais mortífero desde 2000.
Mas 2015 pode ser ainda pior. A OIM regista já cerca de 1.600 mortes, ressalvando que já dá como mortos 700 migrantes que naufragaram no domingo ao largo da Líbia. Relatos de um sobrevivente deram conta que a embarcação transportaria perto de mil pessoas a bordo.
Outro factor a ter em conta é que a OIM só contempla os dados reportados, ou seja, a contabilidade pode pecar por defeito por não incluir dados de possíveis naufrágios que tenham ocorrido sem serem noticiados ou registados.
Com a chegada da Primavera e do tempo ameno, teme-se que o fluxo migratório proveniente do Norte de África e do Médio Oriente se acentue. Calcula-se que o número de migrantes desembarcados no ano passado em Itália (170 mil) seja ultrapassado em 2015.
Com a conta a ultrapassar as 40 mil vítimas desde 2000, a OIM apela aos governos de todo o mundo para que enfrentem aquilo que descrevem como "uma epidemia de crime e vitimização". "Está na altura de fazer mais do que apenas contar o número de mortes", declarou o director da OIM, William Lacy Swing.
Mais de um ano e meio depois do início da operação "Mare Nostrum", em Outubro de 2013, já foram salvos mais de 100 mil migrantes que naufragaram ao tentar atravessar o Mediterrâneo para a Europa a partir de África à procura de melhores condições de vida.
Em 2014, registaram-se 3.279 mortes no Mediterrâneo, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM). Foi o ano mais mortífero desde 2000.
Mas 2015 pode ser ainda pior. A OIM regista já cerca de 1.600 mortes, ressalvando que já dá como mortos 700 migrantes que naufragaram no domingo ao largo da Líbia. Relatos de um sobrevivente deram conta que a embarcação transportaria perto de mil pessoas a bordo.
Outro factor a ter em conta é que a OIM só contempla os dados reportados, ou seja, a contabilidade pode pecar por defeito por não incluir dados de possíveis naufrágios que tenham ocorrido sem serem noticiados ou registados.
Com a chegada da Primavera e do tempo ameno, teme-se que o fluxo migratório proveniente do Norte de África e do Médio Oriente se acentue. Calcula-se que o número de migrantes desembarcados no ano passado em Itália (170 mil) seja ultrapassado em 2015.
Com a conta a ultrapassar as 40 mil vítimas desde 2000, a OIM apela aos governos de todo o mundo para que enfrentem aquilo que descrevem como "uma epidemia de crime e vitimização". "Está na altura de fazer mais do que apenas contar o número de mortes", declarou o director da OIM, William Lacy Swing.
Mais de um ano e meio depois do início da operação "Mare Nostrum", em Outubro de 2013, já foram salvos mais de 100 mil migrantes que naufragaram ao tentar atravessar o Mediterrâneo para a Europa a partir de África à procura de melhores condições de vida.
A
operação foi lançada depois da tragédia ao largo da ilha italiana de Lampedusa,
que matou 366 migrantes.
Preocupação global
Ao longo das últimas semanas, as vozes que se têm levantado a alertar para este gigante problema têm-se multiplicado. Entre elas, a do Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas, que declara que, sem uma operação de larga escala, "muito mais pessoas" vão morrer no Mediterrâneo.
O Papa Francisco, que tem feito deste tema um ponto forte do seu pontificado, reconheceu o esforço de Itália no acolhimento destes migrantes e lamentou a tragédia de domingo.
Preocupação global
Ao longo das últimas semanas, as vozes que se têm levantado a alertar para este gigante problema têm-se multiplicado. Entre elas, a do Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas, que declara que, sem uma operação de larga escala, "muito mais pessoas" vão morrer no Mediterrâneo.
O Papa Francisco, que tem feito deste tema um ponto forte do seu pontificado, reconheceu o esforço de Itália no acolhimento destes migrantes e lamentou a tragédia de domingo.
O
eurodeputado português Paulo Rangel defende a criação de uma
guarda fronteiriça para acautelar o fluxo de migrantes. Já o
presidente da AMI, Fernando Nobre, alerta que "o que está a acontecer no
Mediterrâneo é apenas a ponta de um icebergue".
A
alta representante da Política Externa da União Europeia, Federica Mogherini,
admite que a União Europeia já está "sem
desculpas" e tem "o dever político e moral" de dar resposta à
crise no Mediterrâneo. Esta sexta-feira, os ministros dos Negócios
Estrangeiros da UE reúnem-se no Luxemburgo para avaliar a situação.
A
jornalista da Renascença Catarina
Santos tem acompanhado o tema e assina o especial multimédia "A Sul da Sorte". Deu também conta de uma entrevista a dois gémeos sírios que descrevem os
horrores da travessia, mesmo quando acaba bem.
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