segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

OPERAÇÃO ABSCESSO PERIANAL

 


Abcesso e Fístula ano-rectal

Uma sensação de mau-estar geral acompanhada de febre, arrepios, dor ano-rectal e “inchaço” local pode significar a presença de um abcesso ou fístula ano-rectal.

O que é um abcesso anal?

O abcesso anal é uma cavidade infectada cheia de pús localizada próximo do ânus ou do recto (fase aguda da doença).

O que é uma fístula anal?

A fístula anal, quase sempre resultado de um prévio abcesso, consiste num trajecto em forma de “canal” que liga uma glândula anal doente (origem do abcesso) à pele à volta do ânus.

O que provoca um abcesso?

Um abcesso resulta da infecção aguda de uma glândula anal, situada no interior do ânus, quando bactérias ou material estranho entram nos tecidos através da glândula. Algumas doenças – Crohn ou outras inflamações do intestino – podem facilitar o aparecimento destas infecções.

O que provoca um fístula?

Após a drenagem do abcesso, pode persistir um “canal” que liga a glândula doente (orifício interno) à pele peri-anal (orifício externo). A existência de drenagem purulenta por esta abertura cutânea pode indicar a persistência do trajecto. A cicatrização com encerramento do orifício cutâneo pode não ser definitiva, em muitos casos re-aparecendo o abcesso ou a fístula.

Quais os sintomas?

Dor constante, por vezes com inchaço local, irritação cutânea peri-anal, drenagem purulenta (que muitas vezes alivia a dor), drenagem sanguínea, febre, arrepios e mau-estar geral.

Todos os abcessos se transformam em fístulas?

Não, embora na maioria das situações tal aconteça, habitualmente 4 a 6 semanas depois da drenagem do abcesso (casos há em que a fístula só aparece meses ou anos depois).

Como se trata uma abcesso?

O tratamento é cirúrgico, consistindo na drenagem do pús contido na cavidade abecedada, por meio de uma abertura na pele perianal para aliviar a pressão local. Se bem que possa ser feito com anestesia local, a maioria dos casos requer uma sedação anestésica e internamento hospitalar de curta duração. A toma isolada de antibióticos não é, habitualmente, uma alternativa à drenagem, sendo utilizados como complemento à cirurgia.

Como se trata uma fístula?

O tratamento é cirúrgico, devendo ser realizado por um especialista em Coloproctologia, dado o potencial de complicações e a complexidade de algumas fístulas. A intervenção cirúrgica consistirá, na maioria dos casos, na abertura do “canal” (ligando o orifício interno ao externo), procurando-se que a cicatrização ocorra de dentro para fora. Contudo, noutras situações, será necessário colocar um fio através do trajecto fistuloso, podendo implicar mais do que uma operação, para se evitar a incontinência fecal.

Como decorre o pós-operatório?

O período de internamento hospitalar bem como o tempo de ausência ao trabalho é habitualmente mínimo. Na 1ª semana após a cirurgia poderá ocorrer algum desconforto, ligeiro a moderado, facilmente controlável com analgésicos. Recomenda-se a realização de «banhos-de- assento» em água morna a quente duas vezes ao dia e sempre depois de defecar. Será necessário usar uma compressa local, para evitar que a drenagem própria da ferida cirúrgica conspurque a roupa interior.

Quais são as possibilidades de recidiva de um abscesso ou fístula ano-rectal?

Na maioria dos doentes, se a cicatrização for correcta, não ocorrerá qualquer recidiva. Porém, em casos de fístulas complexas tal poderá acontecer. Uma vigilância pós-operatória adequada, realizada por um cirurgião colo-rectal é indispensável

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